Recebi e repasso. Esse país tá virado num alho.
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A frase acima revela parte da humilhação vivida por um estagiário do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) após um momento de fúria do presidente da
Corte, Ari Pargendler (na foto).
O episódio foi registrado na 5a delegacia da Polícia Civil do Distrito
Federal às 21h05 de ontem, quinta-feira (20). O boletim de ocorrência (BO)
que tem como motivo “injúria real”, recebeu o número 5019/10. Ele é assinado
pelo delegado Laércio Rossetto.
O blog procurou o presidente do STJ, mas foi informado pela assessoria do
Tribunal que ele estava no Rio Grande do Sul e que não seria possível
entrevistá-lo por telefone.
O autor do BO e alvo da demissão: Marco Paulo dos Santos, 24 anos, até então
estagiário do curso de administração na Coordenadoria de Pagamento do STJ.
O motivo da demissão?
Marco estava imediatamente atrás do presidente do Tribunal no momento em que
o ministro usava um caixa rápido, localizado no interior da Corte.
A explosão do presidente do STJ ocorreu na tarde da última terça-feira (19)
quando fazia uma transação em uma das máquinas do Banco do Brasil.
No mesmo momento, Marco se encaminhou a outro caixa - próximo de Pargendler
- para depositar um cheque de uma colega de trabalho.
Ao ver uma mensagem de erro na tela da máquina, o estagiário foi informado
por um funcionário da agência, que o único caixa disponível para depósito
era exatamente o que o ministro estava usando.
Segundo Marco, ele deslocou-se até a linha marcada no chão, atrás do
ministro, local indicado para o próximo cliente.
Incomodado com a proximidade de Marco, Pargendler teria disparado: “Você
quer sair daqui porque estou fazendo uma transação pessoal."
Marco: “Mas estou atrás da linha de espera”.
O ministro: “Sai daqui. Vai fazer o que você tem quer fazer em outro lugar”.
Marco tentou explicar ao ministro que o único caixa para depósito disponível
era aquele e que por isso aguardaria no local.
Diante da resposta, Pargendler perdeu a calma e disse: “Sou Ari Pargendler,
presidente do STJ, e você está demitido, está fora daqui”.
Até o anúncio do ministro, Marco diz que não sabia quem ele era.
Fabiane Cadete, estudante do nono semestre de Direito do Instituto de
Educação Superior de Brasília, uma das testemunhas citadas no boletim de
ocorrência, confirmou ao blog o que Marco disse ter ouvido do ministro. “Ele
[Ari Pargendler] ficou olhando para o lado e para o outro e começou a gritar
com o rapaz.
Avançou sobre ele e puxou várias vezes o crachá que ele carregava no
pescoço. E disse: "Você já era! Você já era! Você já era!”, conta Fabiane.
“Fiquei horrorizada. Foi uma violência gratuita”, acrescentou.
Segundo Fabiane, no momento em que o ministro partiu para cima de Marco
disposto a arrancar seu crachá, ele não reagiu. “O menino ficou parado, não
teve reação nenhuma”.
De acordo com colegas de trabalho de Marco, apenas uma hora depois do
episódio, a carta de dispensa estava em cima da mesa do chefe do setor onde
ele trabalhava.
Demitido, Marco ainda foi informado por funcionários da Seção de
Movimentação de Pessoas do Tribunal, responsável pela contratação de
estagiários, para ficar tranqüilo porque “nada constaria a respeito do
ocorrido nos registros funcionais”.
O delegado Laercio Rossetto disse ao blog que o caso será encaminhado ao
Supremo Tribunal Federal (STF) porque a Polícia Civil não tem “competência
legal” para investigar ocorrências que envolvam ministros sujeitos a foro
privilegiado."
Pargendler é presidente do STJ desde o último dia três de agosto. Tem 63
anos, é gaúcho de Passo Fundo e integra o tribunal desde 1995. Foi também
ministro do Tribunal Superior Eleitoral.
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Agora me diz: porque o exmo se alterou desse jeitinho histérico. Tava fazendo algo não republicano no caixa eletrônico?
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