Quem não conhece Olindor Ribeiro de Camargo? Ex-palhaço de circo (dizem, não afirmo), cartorário e raposa política, Camargo é um personagem obrigatório da história de BC. Colaborador do governo de Harold Schultz, em 1988, em plena campanha eleitoral, Camargo, já doente, chamou o candidato da situação, Nelson Nitz para um conversa. Era véspera do comício de Leonel Brizola no terreno onde hoje está o Shopping Atlântico.
# # #
Camargo disse a Nitz para que prestasse atenção, pois não poderia repetir devido ao seu precário estado de saúde. Ele estava convencido que a presença de Brizola em BC daria a vitória aquele menino falador, o Pavan. Então deu a letra: ligar de diferentes telefones para a assessoria de Brizola de que um atentado estaria sendo armado contra ele se viesse a BC. Como não acreditariam na história, outras ações deveriam ser feitas, desde sua chegada no aeroporto, no ferry-boat e na BR-101. A energia elétrica durante o comício deveria sofrer uma pane, enfim, tudo para não deixar Brizola falar. Nitz arregalou os olhos e comentou que isso seria muito maquiavélico. Cmargo teria retrucado que isso é política.
# # #
Passados 21 anos, Nitz parece que não seguiu o conselho de Camargo. No mesmo dia do comício de Brizola estava programada a participação de Esperidião Amim (então governador do estado com muito prestígio) no comício de Nitz. Amim não apareceu, Brizola foi a atração do dia e Pavan, que estava em último na pesquisa (atrás também de Alberto Pereira), venceu.
Um comentário:
Bola, ao ler essa historia política, sou obrigado a contar um fato que guarda certa relação com a mesma. Conheci o seu Camargo. Trabalhei como funcionário do senhor Alfredo Marx, na edificação da casa dele ali na avenida central em 1972. Ele tinha o hábito de visitar a obra todos os dias duas vezes. Na parte da manhã e a tarde, sempre trajando um terno completamente diferente. Os anos correram e passei vir a ser vizinho do seu Camargo. Primeiramente morou, mais tarde, no mesmo local, instalou o cartório em frente a minha residência, ali na Rua 700. Passamos então a conversar freqüentemente. Naquele local, já na fase do cartório, num certo dia de sábado, um pouco antes dessa eleição e dos comícios de que você fala, fui chamado pelo seu Edu, motorista do Camargo, dizendo que o mesmo desejava falar comigo. Fui até ele, ao entrar, o encontrei com aparelhagem de oxigênio ao seu lado devido o enfisema pulmonar, mas fumando. Vinha ali nos finais de semana para fazer isso escondido, contrariando orientações médicas e familiares. Queria ele conversar sobre política, saber do meu pensamento e impressão a respeito das eleições. Perguntou-me: Quem você acha que vence as eleições? Respondi indagando; Eu não sei seu Camargo, quem pode dizer isto melhor do que eu é o senhor que é um homem muito mais experiente e observador. Então ele falou assim: Olha, o Nitz e o Rudis necessitam urgentemente arranjar uma maneira para indiretamente injetar recursos na campanha do Pavan e do Aristo, porque o oxigênio deles acabou o tanque ta seco e até eu, nessa situação em que me encontro, estou respirando melhor do que eles. Resolvi aprofundar perguntando, porque o senhor pensa assim? Respondeu dizendo: Olha o crescimento da campanha Pavan/Aristo facilita a eleição para o Nitz e o Rudis porque eles tiram votos do Alberto Pereira e do Bernardoni. O senhor tem certeza perguntei? E ele: absoluta! Adverti, olha seu Camargo! Conto isto, porque até hoje não sei, se foi ou não, levada adiante a idéia do seu Camargo. O que eu sei e observei, foi o surpreendente e fantástico crescimento da campanha Pavan/Aristo verificado nos últimos dias que antecederam aquelas eleições.
Postar um comentário