A mega sena da Emasa (ou o estupro do regimento da Câmara)

O assunto da semana foi o empréstimo do "pacralho" de 27 milhões para investir no esgoto da cidade. Muito já se falou nisso. Todo mundo falou, pressionou, criticou, defendeu e até, pedichou publicamente. Terça-feira o vereador Zé Hanibal (pô Zé, deixa eu te chamar de Zé Galinha, é mais original) pediu vista e os seus colegas aprovaram. Aí hoje li que o Dão Koeddermann pediu vista novamente. Não entendi mais picas. Como, se para retornar para a pauta é regimental 48 horas. O regimento diz que para retornar terá que ser colocado em votação (no caso, na sessão de quinta-feira) para ser incluído na pauta. E a aprovação deve ser unânime. Perdi o rumo. Resolvi ligar para o Dão que explicou o seguinte: os vereadores aprovaram em ata o retorno do projeto durante a sessão de terça-feira. Também aprovaram o retorno das vistas do Dão (ele devolve o projeto na terça) na sessão de quinta-feira. Então tá explicado. Coisa rara na Câmara mas, aparentemente, legítimo.
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Essa situação toda gerou um comentário de um especialista: "Esse negócio de colocar qualquer coisa na pauta de uma reunião ordinária só com a aprovação unânime, é uma puta besteira, porque o Plenário é SOBERANO não existe. O Plenário é soberano nas coisas que o Regimento Interno não especifica. Se o RI diz que não pode, não tem plenário, o caralho, de soberano. A Lei ou o Regimento Interno são claros, e acabou". Uau! Bem que eu desconfiava. Estruparam o RI da Câmara. Tudo por por causa mega sena da Emasa.