Relembrando o que escrevi na última edição impressa do Canard

Postei um comentário no blog sobre a falta de informações do que acontecerá com essas todas intervenções urbanas promovidas pelo governo ERD. Um leitor comentou para esperar prá ver e não ficar especulando (o especulando é por minha conta, ele falou em fazer comentários mais claros). Discordo. Essas mudanças todas afetam diretamente a população que mora na cidade e faz uso dessas avenidas todas. Por conta da abertura dos canteiros centrais, os condutores de veículos retornam por qualquer lugar causando acidentes de trânsito.
A prefeitura não informa nada a respeito de mudanças. Só diz que quer logo tornar mão única as duas vias (3ª e 4ª). Acontece que não se vê ninguém trabalhando nas duas avenidas. Falta implantar a ciclovia e as travessias elevadas. Liberar as duas avenidas largas do jeito que estão é um risco para a população (pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas de carros). Ao mesmo tempo que não se vê ninguém trabalhando nessas melhorias fundamentais, o governo anuncia mais uma frente de trabalho, desta vez na Avenida Brasil.
No rastro das mudanças do sistema de trânsito das duas avenidas, muita coisa deve alterar com relação as ruas transversais, acesso e tudo mais. Ninguém fala nada, quando teria a obrigação de informar tudo este poder público com cara de privado. Como já critiquei e estou cada vez mais convicto, o planejamento é empírico. A foto publicada na edição passada do JP3 já é velha. A urbanização feita na Avenida do Estado (próximo a 3ª) veio abaixo. Dinheiro jogado pelo ralo. E olha que a Avenida do Estado não tem nem um ano com a nova roupagem.
Não vejo preocupação do prefeito e colaboradores em deixar a cidade mais decentezinha. A buraqueira está tomando conta de nossas ruas e avenidas (já passou na Avenida das Flores?). Claro, vão alegar que tá chovendo muito. Mas muito desses buracos antecedem a chuva. Então do que adianta reclamar da buraqueira do acesso pro Estaleiro se nem no centro da cidade dão jeito. A sensação é de relaxamento. Você vê placas colocadas erradas, tortas, sem função, sinalização horizontal apagada (continuo achando que a tinta é misturada com água). Enfim, para resumir: não se tem capricho com nossa urbana BC. Veja essa fotinho só para ilustrar. Está naquela rua paralela a 3ª (rua do Energia). Olhe como está colocada a placa. Você pensa que é mão única? Não mesmo. Aquela rua é duas mãos e sendo duas mãos é redundância colocar placa de estacionar no lado esquerdo (ou mudaram o código de trânsito?). E essa placa eu fotografei faz mais de um mês. Esse tipo de coisa não poderia ser olhada pelas pessoas que estão comandando a cidade? É claro que sim. Mas não. Pelo jeito, a ordem é ostentar o poder como um troféu e fazer política para que este modelo ultrapassado de se administrar uma cidade perdure por mais e mais anos.
Tá certo, falei muito do governo Spernau. Acho que ele tomou algumas decisões que não concordo, mas sinto falta do jeitão da cidade na sua época. Seus colaboradores eram mais comprometidos com a coisa pública. Você fazia uma reclamação e logo recebia uma resposta. Essa é função do poder público, a busca permanente do bem estar das pessoas que vivem na cidade. Gargantear, impressionar, politizar tudo quanto é assunto enche o saco. Para falar a verdade, estamos precisando urgente de uma administração. O que se vê é um governo no sentido político da coisa, mais preocupado com o futuro do grupo que comanda do que com a coletividade. Sou chato, sou exigente porque esta cidade já foi melhor. E aí, quando retrocede, você percebe o tanto que estava mal acostumado.