Ex-secretário de Saúde, José Roberto Spósito:
“Além de ter absolutamente 100% de influência em tudo que aconteceu, de
estar ‘casado com Fatuch nas coisas que aconteciam, de estar muito
próximo com Marcos Sanches, de fazer almoço, jantar... Além disto, ele
tinha todo o serviço de diagnóstico por imagem, que ele colocou um
laranja mas quem respondia por toda essa parte era ele. No começo,
Fatuch abriu a boca sobre isto, disse que a parte de imagem já estava
acertada: era do Spósito. Tudo que era imagem: raio-x, ultrassonografia,
tomografia... Ele disse que já era do Spósito. Tanto que o índice de
realização de exames de imagem nos pacientes que entravam no
pronto-socorro no primeiro mês era coisa de 90% dos que passavam lá
tinham que fazer um raio-x. E sem propósito”
• Presidente do Comus, Luiz Fernando Brito:
“É o menino de recados do Spósito. O Brito era o ponto de cruzamento de
todas as figuras, era quem chamava para churrascos... Ele não tinha
sala dentro do hospital porque ficava o tempo inteiro na dos diretores,
que era o que queria, para saber o que estava acontecendo. [Foi Brito
quem disse “faz uma nota num valor alto que na comissão eu dou jeito de
aprovar a prestação de contas”?] Isso é verdade. Realmente existiu. E
foi daí que surgiu esse argumento do empréstimo. Eu não sei dizer se
isso foi uma ideia do Brito ou se ele assumiu um discurso do Sanches e
do Anderson Marcelo. Eu sei dizer que o beneficiário foi o Anderson
Marcelo. [Existia esquema para que empresas que não pagassem propina não
recebessem?] Isso é parte desses golpes do Anderson Marcelo, do Sanches
e desse pessoal todo: recebe quem entra no esquema”
• Gestor do Fundo e atual secretário de Saúde, Rafael Schroeder:
“Não vejo que ele tenha interesse financeiro nisso. Ele não é da
quadrilha de baixo nível de desfalque roubando remédio de doente. Mas
existe uma nuvem no comportamento dele por saber que ele tinha
conhecimento das ações do Brito, do Spósito, dos esquemas do Marcos
Sanches, do Fatuch, e ficou quieto. Ele ficou em silêncio, se beneficiou
em ser escolhido o substituto do Spósito. Mas não vejo ele com a mesma
ganância que todos os outros tinham. O pecado dele foi o silêncio, foi
ser conivente”
• Ex-gerente de Compras do hospital, Carmem Nascimento:
“É uma das coisas que me faz questionar o Rafael, porque era amiga
dele, pessoa recomendada e que ele fez pressão para a contratação. E foi
justamente a pessoa que engatou com Marcos Sanches e abriu a porta para
todos os desvios que aconteceram ali. E tiraram ela de cena quando a
coisa degringolou e ela foi de novo pra debaixo da proteção da
prefeitura”
• Prefeito Edson Periquito:
Desde o início, sempre cobrou um bom atendimento, que as pessoas fossem
bem tratadas. Como Rafael teve o pecado do silêncio, Periquito teve o
do interesse político. Ele fez pressão e botou goela abaixo pessoas que
eram do interesse dele que estivessem lá. [E estas pessoas interfeririam
de alguma forma na questão administrativa dentro do esquema?] Uma ou
outra, porque Carmem, por exemplo, foi uma imposição. Mas grande parte
das pessoas, apesar da vinculação política, estava lá para trabalhar. A
intenção era indicar o pessoal dele. É errado? É. Mas perto de tudo que
estava acontecendo, isso era nada. E não foi algo isolado dele. Do mesmo
jeito que ele mandou as pessoas que queria, o Spósito fez a mesma
coisa, o Rafael também. E existia um racha entre o Periquito e o
Spósito. A grande situação envolvendo os dois era o interesse na próxima
eleição. O Spósito tinha o sonho de conseguir criar uma situação
política tão grave para o Periquito que inviabilizasse a reeleição dele.
O sonho do Spósito era ser prefeito!”
Um comentário:
Da forma como aconteceu esse vergonhoso caso de roubo e desvio de recursos no HRC, não tem como não responsabilizar diretamente, pela responsabilidade do cargo, como culpado maior, outro que não seja o prefeito municipal. Ainda mais quando levado em conta que, até outro dia, vereador de oposição, ou quem se dispusesse a criticar essa concessão, ou falar de suspeitas sobre possíveis desmandos naquele local, era imediatamente ironizado da tribuna do legislativo pelos vereadores de situação, e hostilizado pela mídia cooptada, como sendo alguém pertencente à turma do “quanto pior melhor. Há poucos dias ainda, durante uma reunião da CPI, um desses vereadores, de pendor investigativo, combativo e influente na administração municipal, chamou atenção por querer saber, totalmente fora dos propósitos da CPI, quem aproximou a organização WFO e o município de Balneário Camboriú. Pareceu dessa maneira, e nessas alturas, mais preocupado em desviar o foco das investigações tentando insinuar culpa numa organização que aqui chegou convidada para ajudar e contribuir com a doação de mais oito milhões de reais para a construção do hospital, do que com aqueles que se juntaram na calada da noite, com quem aqui apareceu não se sabe de onde, aproximado por não se sabe quem, para roubar dinheiro que deveria ter sido aplicado em saúde para tentar salvar vidas, e não no bolso de aproveitadores e espertalhões onde foi parar.
Postar um comentário