segunda-feira, 7 de maio de 2012

A vergonha de ser jornalista

Zapeando ontem a noite chego a Record que mostrava uma reportagem sobre as relações nada republicanas entre o jornalista Policarpo Júnior, todo poderoso da Veja em Brasília, e a tchurma do Cachoeira. Ter nas suas relações fontes bandidas não vejo problema, faz parte. Mas se deixar pautar pelas fontes bandidas extrapolam qualquer sentido de ética. Foi o que a reportagem da Record mostrou. Sou daqueles que acha que ser jornalista é uma profissão de fé. Dependendo de sua influência, seja local, regional ou nacional, ele desperta interesses. As pessoas se aproximam como se fossem "amigos", mas, na verdade, não são. Jornalista deve manter a distância necessária de quem quer que seja. Quando vejo que o jornalista passa a ser personagem, desconfio. Na reportagem da Record aparece uma foto de PJ rodeado de jornalistas engravatados de sua equipe fazendo pose. Como se fossem os astros. Ou seja, alguma coisa está errada. As fontes querem usar o jornalista em benefício próprio e buscam uma intimidade explosiva. E, no caso de PJ, parece que isso aconteceu. Enfim, a Veja está sob suspeita. Não sou leitor da Veja. Algumas vezes a capa me atrai e compro. Mas quando vejo o texto, ele não me convence. A resposta pode estar nesta relação suja. PJ não é o único.

Um comentário:

Herival Weise disse...

Sobre jornalistas, conta a história que o finado político baiano Antonio Carlos Magalhães, o Toninho Malvadeza, costumava dizer que existem três tipos, assim definidos por ele: "o que quer notícia, o que quer emprego e o que quer dinheiro. Político esperto, ensinava, é aquele que não troca as bolas, não dá notícia a quem quer emprego, dinheiro a quem quer notícia, e emprego a quem quer dinheiro". Pois é, já pensou essa regra aplicada por essas bandas?